terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Dúvidas sobre o falar em línguas de I Coríntios.

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Falar em línguas

Os significados das palavras glossa e dialektos.

Um irmão perguntou:

Eu gostaria, se for possível, de saber os significados das palavras glossa e dialektos. Estas palavras significam idiomas, dialetos, ou tbm um membro do corpo humano?

E além disso, não vejo nenhuma referência, no texto de Atos 2, ao supoosto fato de que os discípulos tenham falado alguma língua que fosse desconhecida pelo homem. Se eu estiver errado, por favor, me perdoem.

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Resposta:

I Coríntios 12

1 ACERCA dos dons espirituais, não quero, irmãos, que sejais ignorantes.

"Glossolalia, do grego glossa (língua) e lalein (falar), não é um fenômeno registrado tão somente na área humana do comportamento religioso, mais também na da psicologia, ciência em que é ele definido, po exemplo, como "linguagem inventada pelo psicótico" (Edorin, E., Dicionário de psicologia, Edições Melhoramento, págia 183).

http://www.estantevirtual.com.br/Lannoy+Dorin+Dicionario+de+Psicologia

Não existe o adjetivo "ESTRANHA" aposto ao substantivo "línguas" nas traduções, não consta dos originais gregos do texto. Foi empregado pelos tradutores para completar sentido, e para que os leitores tomem ciência disso, a palavra é grafada em tipos itálicos (tipos inclinados) ou em grifo. De início, por "estranha" queria dizer o tradutor "diferente em qualidade da língua comumente falada", mas agora, com a semântica do pentecostalismo, a palavra tem o sentido de "língua de anjos, língua misteriosa, que ninguém entende, língua não humana".

Paulo, no inicio do capítulo, admitiu que os coríntios eram ignorantes, no tocante aos dons espirituais.

Em 13:1 "Ainda que falasse as línguas dos homens e dos anjos". "Ainda que", diz Paulo. Ainda que falasse. Isso significa que ele não falava.

A propósito de língua dos anjos, pergunto: Qual é a língua dos anjos? Em Gênesis 18:1-16, que língua o anjo utilizou? A língua de Abraão. Em Gênesis 32:24,30, que língua o anjo falou? A de Maria (Lucas 1:26-38), a língua de José (Mat.1:18-25). Em Atos 1:10,11 em que língua falaram?. Na prisão de Pedro (Atos 12:7,8). Quando o anjo apareceu a Cornélio (Atos 10:1-6) que linguá falou, na língua do centurião romano Cornélio. Na ilha de Pátmos, que língua o anjo falou a João.

Que língua falou Jesus Cristo com Paulo?

Atos 26:14

14 E, caindo nós todos por terra, ouvi uma voz que me falava, e em língua hebraica dizia: Saulo, Saulo, por que me persegues? Dura coisa te é recalcitrar contra os aguilhões.

Por isto esta palavra "estranha" se mostra escrita em ITÁLICO , nas versões Revista e Corrígida.

As línguas faladas tanto em Atos 2 Atos 10:46 e em I Coríntios 12:10.

No verso 4 de Atos 2 diz que os discípulos começaram a falar em OUTRAS LÍNGUAS. Não há nenhuma referência a língua ESTRANHA como algo semelhando como hoje é praticado, que são emissões de sons sem qualquer sentido. No grego, a expressão é héterais glôssais. Esse adjetivo héterais , plural de héteros significa outras, "destacando a diferença em categoria ou qualidade"(G. ABBOT - SMITH, A Manual Grek Lexicon of New Testament, R. & Clark, Edinburgh, Great Britain, página 183)

http://www.monergismo.com/textos/idiomas/grego_hebraico_sproul.pdf

http://br.gojaba.com/book/2076025/A-Manual-Greek-Lexicon-of-the-New-Testament-Abbott-Smith-G

No lexicon strong G1085

http://www.blueletterbible.org/Bible.cfm?b=1Cr&c=12&t=KJV#conc/10


Paulo usa a palavra grega "genos" Strong G1085

I Cor. 12:10

10 E a outro a operação de maravilhas; e a outro a profecia; e a outro o dom de discernir os espíritos; e a outro a variedade (genos) de línguas; e a outro a interpretação das línguas.

No grego I Cor. 12:10 o português acima está escrito:

....heteros genos glōssa de allos hermēneia glōssa.


Ver como está no grego em:

http://www.blueletterbible.org/Bible.cfm?b=1Cr&c=12&t=KJV#conc/10



http://www.blueletterbible.org/lang/lexicon/lexicon.cfm?Strongs=G1085&t=KJV

Genos significa no grego em inglês:
1) kindred
a) offspring
b) family
c) stock, tribe, nation
1) i.e. nationality or descent from a particular people
d) the aggregate of many individuals of the same nature, kind, sort

Genos com a tradução para o Português pode significar:

a)
b) família
c) de ações, tribo, nação, raça
1) isto é, nacionalidade ou descendência de um povo em particular
d) a soma de muitos indivíduos da mesma natureza, espécie, sorte de variedade.

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Fulano disse,

Mas Depende da tradução ACF traduz espírito fala mistérios.

1 Coríntios 14.2

Porque o que fala em língua desconhecida não fala aos homens, senão a D-us; porque ninguém o entende, e em espírito fala mistérios.

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Resposta:

Os irmãos da igreja de Corinto estavam fazendo o uso errado do dom de línguas. Quando lemos especialmente o capítulo 14, percebemos que eles:
1) Não usavam o dom com o propósito evangelístico, pois falam de maneira que os estrangeiros não entendiam – versos 9 e 11;
2) Preocupavam-se mais em “aparecer” do que edificar a igreja – versos 22 e 12;
3) Quando alguém falava em línguas (no grego, o termo significa “idiomas”), tal pessoa não sabia o que dizia ou não possuía um intérprete para ajudá-la – versos 13 e 27;
4) Usavam o dom de forma desordenada – versos 27, 33 e 40.
Com base nesse contexto fica mais fácil compreendermos 1 Coríntíos 14:13. Paulo está dizendo, em outras palavras:
“Se não há uma pessoa que interprete o dom, então, você que fala em línguas, ore para que D-us dê a você a capacidade de traduzir para os estrangeiros que assistem ao culto a fim de que eles entendam a mensagem e aceitem a Jesus como Salvador”.
Embora alguns cristãos creiam que o dom de línguas em 1 Coríntios 14 seja diferente, ou seja, de uma forma “estática” e “ininteligível”, acreditamos ser ele da mesma natureza de Atos 2, Atos 10 e 19 (assim como em Marcos 16:17) por vários motivos, entre eles:
1) A expressão grega para “língua”, usada em Coríntios é a mesma utilizada em Atos 2: “glôssa”, que significa “língua de nações” ou “idiomas”;
2) O verbo grego “falar” – “laléo” no mesmo capítulo refere-se à “linguagem humana usual”, do “dia-a-dia”;
3) Na expressão “línguas estranhas” que foi comentado no email anterior, o termo “estranhas” não se encontra no original grego, contrariando assim a idéia de alguma manifestação incompreensível do dom. Veja a tradução da Nova Versão Internacional:
Pois quem fala em uma língua [ou outro idioma] não fala aos homens, mas a D-us. De fato, ninguém o entende; em espírito fala mistérios” 1 Coríntios 14:2.
O carismático interpreta a palavra “mistérios” em 1Co.14:2 como significando expressões ininteligíveis, ou línguas, dos seus lábios. Todavia, o Novo Testamento nunca usa a palavra grega musterion de tal maneira. Todo o Novo Testamento define “mistério” como a revelação do evangelho de Cristo que estava oculta nos séculos passados, mas foi agora revelada aos Seus santos. Veja M t. 13:10, M c. 4:11, Lc. 8:10, Rm. 11:25, Romanos 16:25-27, 1Co. 2:7, 1Co. 15:51, Ef. 3:2-6, Cl. 1:25-27. Jesus e Paulo usam claramente a palavra “mistério” num sentido completamente diferente daquele que os carismáticos usam hoje. Mistério era verdade revelacional, oculta no passado, mas agora revelada e entendida. Victor Budgen escreve em seu excelente livro: “Longe de ser algo oculto ou escondido, um ‘mistério’ é um segredo gloriosamente aberto que nós mesmos nunca teríamos descoberto, não tivesse D-us o revelado.”

Claramente, se alguém não entende os mistérios dos quais Paulo fala, ele não pode ser chamado um cristão!
1 Coríntios 14:1-33
Abordar 1 Coríntios 14 com uma visão dicotomista e entender a definição bíblica de “mistério” resulta num entendimento dessa passagem que é completamente oposto ao ensino carismático moderno sobre as línguas. Os versículos 2-4 dizem que aquele que fala em línguas “fala mistérios” (revelação do evangelho compreensível) e ele mesmo é edificado, de forma que entende as palavras que saem da sua boca. Mas os outros na igreja não o entendem e não são edificados. O argumento inteiro de Paulo nesse capítulo é que não pode haver edificação para ninguém na igreja, se o entendimento estiver ausente. De forma significativa, 1 Coríntios 14 era usado pelos Reformadores para demonstrar o mal de conduzir cultos de adoração em latim, uma linguagem que o povo comum não entendia. A Bíblia não conhece nenhum conceito de edificação à parte do entendimento.
Sobre esses versículos, Victor Budgen escreve,
Não estamos interpretando a Escritura apropriadamente se de repente nos voltamos para categorias budistas ou místicas de pensamento, quando pensamos na edificação que o dom de outras línguas traz. Obviamente, ele vem ao indivíduo com precisamente o mesmo efeito que a profecia pública sobre a congregação. O que falava entendia e era fortalecido, encorajado e confortado.
Matthew Henry. Comentando sobre 1 Coríntios 14:4, escreve:
“Aquele que fala em línguas pode edificar a si mesmo, v. 4. Ele pode entender e ser afetado pelo que fala; … mas aquele que fala em línguas, ou idioma desconhecido, pode edificar somente a si mesmo; outros não podem colher nenhum benefício do seu discurso.”
Palmer Robertson também lida habilmente com o erro carismático em seu livro e escreve sobre esses versículos-chave.
"Se aquele que se expressa numa língua pudesse ser edificado, mesmo quando não entende o que fala, não poderia a congregação esperar ser edificada da mesma forma? Se as sensações associadas a articulações de sons como ‘quesrylespoyou’ [ou, ‘alabacanta alabachéia’ no Brasil] têm o poder de edificar o orador, por que essas mesmas sensações vibrantes não poderiam ter o mesmo efeito edificante nos ouvidos do ouvinte?"
Chegamos agora ao versículo 14, o versículo-chave nessa passagem para os carismáticos. O dicotomista entende que o espírito da pessoa não pode orar sem entendimento consciente. Tal conceito é completamente alheio às Escrituras. Assim, quando Paulo diz, “mas o meu entendimento fica sem fruto” no contexto de sobre o que ele vinha falando, que é a edificação da assembléia, Paulo está obviamente dizendo aqui que o entendimento daquele que fala em línguas não produz fruto na assembléia. “Meu entendimento” implica que o que fala em línguas “entende”.
Como pode alguém ter entendimento sem entendimento? Mas esse entendimento não produz fruto, e na mente de Paulo fertilidade significa edificação da congregação. Essa interpretação é reforçada também pelo versículo 17, onde Paulo diz: “porque realmente tu dás bem as graças, mas o outro não é edificado”. Assim, falando desses versículos no contexto, o orar e cantar “com o espírito” nos versículos 15-16 implica que o orador entende e é edificado. “Com o entendimento” implica que a congregação também entende e é edificada.
Vemos a humildade incrível de Paulo e o seu pensamento nos outros no versículo 19. Embora agradeça a D-us por falar em línguas, ele prefere antes falar cinco palavras que edifiquem a congregação do que receber 10.000 palavras de revelação direta de D-us que edifique somente a ele. Contraste isso com o típico carismático egocêntrico, que sempre cuida de buscar “uma palavra pessoal da parte de D-us!”
Como mencionado anteriormente, o judeu entendia o significado simbólico dos idiomas desconhecidos em sua terra natal. Dessa forma, Paulo diz no versículo 22 que as línguas são um sinal para esses judeus incrédulos. Assim, se esse judeu chegasse a uma congregação onde línguas sem interpretação eram pronunciadas, ele naturalmente diria:“vocês estão loucos?” Mas Paulo novamente diz que a profecia (ou línguas interpretadas) edifica a congregação, trazendo arrependimento e adoração a D-us (versículos 24, 25). Ele ordena que eles façam todas as coisas para a edificação de toda a congregação (versículo 26) e proíbe as línguas sem interpretação (versículos 27-28). O uso por Paulo da frase, “os espíritos dos profetas estão sujeitos aos profetas”, no versículo 32, também mostra entendimento e falar consciente pelo espírito do homem, que contradiz a visão tricotomista dos carismáticos.

Mas um auditório não é edificado nem sequer um pouquinho, não importa quão zeloso seja o pregador, se a mensagem é ininteligível. Paulo deixa isso bem explícito. Ninguém é edificado quando ninguém entende (1 Coríntios 14:2). A edificação através de um dom verbal é intrinsecamente associada à compreensão da mensagem.
Claro se falo a língua alemã e não estou falando a homens de origem alemã, mais a homens de diferente língua e estes homens não entendem o alemão. Mas D-us que fez todas as línguas sabe e entende o alemão.
Se o espírito fala de mistérios se entende que se você assistir um filme no you tube sobre o Haarp por exemplo e se não tiver legenda na sua língua que é o português, ninguém vai entender porque o haarp existe e para ele será um mistério (segredo do governo), ou segredo nenhum.
No dicionário Aurélio para MISTÉRIO é:
3.Tudo aquilo que a inteligência humana é incapaz de explicar ou compreender; enigma.
4.Coisa ou elemento oculto, obscuro ou desconcertante; segredo, enigma:
Desse modo, o dom de línguas de 1 Coríntios 14 (e de outros textos) era o mesmo dado pelo Espírito Santo na ocasião do Pentecostes. E, o problema na igreja de Corinto girava em torno da forma desordenada como o dom era usado.
O dom de línguas não tem propósitos evangelísticos. Se o evangelho não for compreendido, as pessoas não serão salvas.
Biblicamente, há apenas um tipo de dom de línguas: aquele pelo quais as pessoas entendem a vontade de D-us para a vida delas.
Quando um carismático lê 1 Coríntios 14:14, “o meu espírito ora bem, mas o meu entendimento fica sem fruto”, ele lê isso como significando o seguinte: seu espírito expressa palavras que sua própria mente não entende.
O falar em línguas? tem limitações:
1. não tem preminência sobre outras atividades na igreja - I Cor 14:5,23
2. não é para ser praticada por mulheres na igreja - I Cor 14:34,35
3. deve ter intérpretes - I Cor 14:27; se não tiver, não deve ter línguas, I Cor 14:28
4. as línguas não devem acontecer todas de uma vez, I Cor 14:30,31
5. línguas são sinal para os infiéis - I Cor 14:22
6. nunca devem provocar confusão - I Cor 14:31-33,40
7. são temporárias até que o Novo Testamento seja completo, I Cor 13:8; Apoc 22:18,19