sábado, 29 de março de 2008

Imposto de meio shekel do Templo.

Os judeus no Tanach pagavam uma taxa de meio shekel (moeda que em nossas traduções é chamada siclo) para ajudar na manutenção do templo.

Uma moeda tal como aquela usada para pagar essa contribuição foi encontrada recentemente nas escavações que estão sendo realizadas próximas à área da explanada do templo, na Cidade de Davi. Essas escavações são dirigidas por Eli Shukron, representante das Autoridades Israelense para as Antigüidades, e pelo professor Ronny Reich, da Universidade de Haifa.

O arqueólogo Eli diz que “como hoje, quando às vezes caem moedas dos nossos bolsos e entram nas caixas dos canais de água para a chuva abertas nas estradas de nossas cidades, assim também aconteceu há cerca de 2000 mil anos atrás: alguém estava indo para o Templo e a moeda com a qual pretendia saldar a sua dívida com o Templo acabou caindo dentro do canal da drenagem”

A origem da obrigação de pagar essa taxa se encontra em Exodus 30,11-16: Disse mais o Senhor a Moisés: Quando fizeres o alistamento dos filhos de Israel para sua enumeração, cada um deles dará ao Senhor o resgate da sua alma, quando os alistares; para que não haja entre eles praga alguma por ocasião do alistamento. Dará cada um, ao ser alistado, meio siclo, segundo o siclo do santuário (este siclo é de vinte jeiras); meio siclo é a oferta ao Senhor. Todo aquele que for alistado, de vinte anos para cima, dará a oferta do Senhor. O rico não dará mais, nem o pobre dará menos do que o meio siclo, quando derem a oferta do Senhor, para fazerdes expiação por vossas almas. E tomarás o dinheiro da expiação dos filhos de Israel, e o designarás para o serviço da tenda da revelação, para que sirva de memorial a favor dos filhos de Israel diante do Senhor, para fazerdes expiação por vossas almas.

Durante a construção do templo, todo judeu a partir de certa idade, devia dar sua doação de meio shekel para contribuir com a obra. Essa soma permitiu que todo judeu pudesse contribuir com a construção do templo. Depois da construção, o povo continuou a dar a sua contribuição com o propósito de comprar os sacrifícios públicos e suprir as necessidades do templo. A coleta acontecia todo ano a partir do primeiro dia do mês de Adar e terminava no primeiro dia do mês de Nissan. A moeda encontrada pesa 13 gramas e tem de uma parte a rosto de Melqart, o deus pagão da cidade de Tiro, e de outra parte temos uma imagem de uma águia. A moeda provavelmente foi cunhada no ano 22 d.C.

Apesar da importância da taxa pagada ao templo, até hoje foram encontradas apenas outras 7 moedas como esta nas escavações em Jerusalém.

Todo judeu era obrigado a pagar esse imposto de meio siclo (equivalente a duas dracmas romanos), uma vez por ano.

Na qualidade de Filho do Pai real, a quem pertencia o templo, Yeshua não tinha obrigação de pagar o imposto relativo ao Templo. A breve parábola de Yeshua indica que as autoridades religiosas faziam de estrangeiros ao povo de Israel.
A lei judaica exigia que a moeda fosse trocada pelo dinheiro judaico, mais naquela época os Romanos proibiam que os judeus cunhassem moedas; e ao processo de câmbio, as autoridades religiosas exigiam uma certa comissão. Com essa taxa de comissão ganhavam muito dinheiro.

A data de pagamento era o mês de Adar (março) e assim , Jesus e Pedro estavam realmente atrasados em seis meses. Durante este tempo estiveram viajando pela Galiléia. O imposto se destinava ao Templo de Jerusalém. Não era exigido de todos os homens judeus, só os de mais de vinte anos de idade.


Uma dracma naquela época comprava-se uma ovelha.

Mateus 17:24-27 diz:

E, chegando eles a Cafarnaum, aproximaram-se de Pedro os que cobravam as dracmas, e disseram: O vosso mestre não paga as dracmas? Disse ele: Sim. E, entrando em casa, Jesus se lhe antecipou, dizendo: Que te parece, Simão? De quem cobram os reis da terra os tributos, ou o censo? Dos seus filhos, ou dos alheios? Disse-lhe Pedro: Dos alheios. Disse-lhe Jesus: Logo, estão livres os filhos. Mas, para que os não escandalizemos, vai ao mar, lança o anzol, tira o primeiro peixe que subir, e abrindo-lhe a boca, encontrarás um estáter; toma-o, e dá-o por mim e por ti.

Estáter=moeda que valia quatro dracmas, o bastante para pagar o imposto d'Ele e de Pedro.

...Amparados por Lv. 6:23, também os sacerdotes reivindicavam a isenção da contribuição do meio siclo, segundo consta no tratado rabínico Mishná Segalim 1:3-5. Para ver mais detalhes faça um download do texto em PDF, clique aqui.


Moeda de Prata, uma dracma a rosto de Melqart, o deus pagão da cidade de Tiro!






Fonte: Israel Antiquities Authority
O N.T. Interpretado. Russel Normam Champlin.